ANALISE DO PADRÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS VENTOS EM VITÓRIA ENTRE 2011 A 2015

Marcio Malacarne, Fabrício Kriger Ribeiro e José Miranda. IV SIC, Simpósio Internacional de Climatologia, em Natal-RN, 2015.

A busca por energias renováveis, como eólica, exige um estudo do comportamento dos ventos, como velocidade e direção. O Atlas Eólico do Espírito Santo (2009) prevê que "campanhas de medições específicas" devem ser realizadas em locais com interesse nesse tipo de energia. A modelagem da dispersão de poluentes na atmosfera também dependem da direção e velocidade dos ventos. Inspirado nisso, analisamos o padrão do comportamento dos ventos em Vitória usando dados da Estação Meteorológica Automática (EMA) do GOA -Gaturamo observatório Astronômico, abreviadamente GOAMet, localizada na UFES, em Vitória. Comparamos os dados com outras duas estações. Uma do Inmet A612, localizada a 500m Norte, atitudes 9m, e a do Aeroporto de Vitória, a 4m de altitude, 2,5km Nordeste.
Foi analisado o o padrão sazonal e anual, com dados entre o período de maio de 2011 à julho de 2015. A altitude da GOAMet é de 33m, uma das alturas sugeridas para calcular o potencial eólico.

Os dados foram validados por meio de relatórios mensais da direção do Vento. A velocidade do Vento foi comparada, por meio do perfil de velocidade com a altura, com a estação Inmet A612.

Os resultados indicaram um predomínio dos ventos Norte/Noroeste, com velocidade predominante (33 % do total), entre 2 e 5 m/s, na estação GOAmet. Isso indica que o potencial de geração de energia eólica de Vitória é promissor. Por outro lado, trabalhos anteriores indicam que a predominância da direção em Vitória é Nordeste. Se esse resultado se confirmar, direção Norte/Noroeste, o pó-preto de Vitória deveria diminuir, pois essa direção faz os aerossóis e a poluição atmosférica irem para o mar e não mais direto para o continente, onde se encontra uma área de grande densidade populacional. Porém, os dados do IEMA, que medem a poluição atmosférica de Vitória, não mostram essa queda. Isso pode ser explicado pelo aumento da produção das usinas siderúrgicas da Ponta de Tubarão, assim como aumento dos automóveis e construção civil. Uma foto na Praia da Costa, em Vila Velha, em janeiro de 2015, mostra nitidamente esse rastro de poluição indo para o mar.

Ainda analisaremos o comportamento sob a incidência de Frentes Frias e sob o fenômeno ZCAS. Podemos dizer que a topologia da região Norte de Vitória é um verdadeiro quebra-vento, uma vez que a estação A612 mede velocidade cerca de 60% menores que a GOAMet. No local do estudo, devem ser elaborados também modelos de relevo e rugosidade em alta resolução.

Anais disponível em: http://sic.regg.co/anais