Msc. Bruno Morgado (UFRJ-Brasil)

Atualmente integro o programa de Mestrado Acadêmico de Astronomia e Astrofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro como pesquisador da área de astronomia de posição e sistemas planetários, com enfoque na astrometria e dinâmica dos satélites Galileanos de Júpiter, sob orientação do Professor Dr. Marcelo Assafin e coorientação do Professor Dr. Roberto Viera-Martins, com previsão máxima de término para agosto de 2015. Além disso, também participo de pesquisas envolvidas com o estudo de Objetos Trans-Netunianos (TNOs) por meio do método de ocultações estelares; pesquisas nas grandes áreas de História da Ciência com destaque para as Leis de Kepler; e em ensino de Física centrado em Astronomia para o Ensino Médio. Conclui, em 2013, minha graduação em Licenciatura em Física pela UFRJ, na qual trabalhei, em conjunto com o Professor Dr. Vitorvani Soares, com Mecânica Newtoniana, órbitas planetárias e ensino de Física. Além disso, tenho formação técnica em eletrônica, pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET-RJ), concluída em 2009.

Palestra:

Tema:

CAMPANHA NACIONAL DOS FENÔMENOS MÚTUOS DOS SATÉLITES GALILEANOS DE JÚPITER

A determinação precisa das posições dos satélites Galileanos - Io, Europa, Ganymede e Callisto -
nos permite refinar as órbitas desses corpos em torno de
Júpiter e levar em consideração forças perturbadoras de baixíssima intensidade,
tal qual o efeito de maré. Entretanto a astrometria CCD clássica não é capaz de
prover posições com a precisão desejada por causa do forte brilho dos satélites e,
principalmente, de Júpiter em contraste com o brilho bem mais fraco das estrelas
de referência de catálogos astrométricos. Nesse caso, a incerteza típica nas
posições é de 150 mas. A única vantagem deste método é que as posições
podem ser determinadas em qualquer época quando os satélites estão visíveis.
Entretanto, através das observações dos fenômenos mútuos posições relativas
são derivadas e possuem incerteza típica de poucos mas. Contudo estes eventos
só ocorrem durante os equinócios do planeta, no caso de Júpiter de 6 em 6 anos
uma vez que estamos observando .

Entre Outubro de 2014 e Julho de 2015 Júpiter se encontrou novamente em
seu equinócio e uma campanha nacional para observar os fenômenos mútuos de
Júpiter foi organizada, contando com observações de diferentes observatórios
espalhados pelo Brasil. Nesta palestra apresentamos os resultados da atual
campanha dos fenômenos mútuos dos satélites Galileanos.

Minicurso:
Tema: ASTROMETRIA DOS SATÉLITES GALILEANOS DE JÚPITER
Estudar a evolução dinâmica dos satélites Galileanos – Io, Europa, Ganymede
Callisto – nos permite caracterizar forças perturbadoras de baixíssima
intensidade envolvidas em sua dinâmica, tal qual o efeito de maré[1]. Esta Força de
Maré, por sua vez, revela características importantes sobre o interior destes
satélites, por exemplo a natureza vulcânica de Io, oceanos de água líquida nos
interiores de Europa e, recém-descoberto, em Ganymedes. Para este fim, a
determinação precisa de posições destes satélites ao longo de muitos anos se faz
necessária. Entretanto, a astrometria CCD clássica não é capaz de prover
posições com a precisão desejada por causa do forte brilho dos satélites e,
principalmente, de Júpiter, em contraste com o brilho bem mais fraco das estrelas
de referência de catálogos astrométricos. Nesse caso, a incerteza típica nas
posições é de 150 mas[2]. A única vantagem deste método é que as posições
podem ser determinadas em qualquer época quando os satélites estão visíveis.
Através dos fenômenos mútuos, por outro lado, posições relativas são derivadas e
possuem incerteza típica de poucos mas[3] [4]. Contudo, só ocorrem durante os
equinócios do planeta, no caso de Júpiter de 6 em 6 anos.

Utilizando as vantagens destas duas técnicas há também a técnica das
aproximações mútuas que se utiliza da astrometria diferencial de pequeno campo
para determinar posições relativas com alta precisão, melhores que 10 mas.

Neste curso apresentarei as bases destas técnicas astrométricas para os
Satélites Galileanos e suas desvantagens e vantagens.