Bendegó, o Maior Meteorito do Brasil

Nossa terceira matéra da Semana do Asteroide é sobre: Bendegó!
O Bendegó é o maior meteorito brasileiro conhecido até o momento. Possui uma massa de 5,36 toneladas e mede 2,15m x 1,5m x 65cm. De formato meio achatado, lembra uma sela de montaria. Trata-se de uma massa compacta, composta principalmente de ferro e níquel.
A superfície convenientemente polida e atacada com ácido revela faixas, ou lamelas entrelaçadas, seguindo planos octaédricos. Esta é a conhecida Estrutura de Widmanstatten, que pode identificar um meteorito.
A rocha caiu no interior da Bahia e hoje se encontra na sala de meteoritos do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
 

História

Foi descoberto pelo menino Domingos da Motta Botelho, num pasto, enquanto cuidava do gado. O então Governador, D. Rodrigo, ficou muito impressionado com a descoberta e, no ano seguinte, 1785, providenciou o seu transporte para a capital, Salvador, mas no processo, a rocha acabou caindo no leito do Riacho Bendegó. O fracasso, entretanto, veio a favorecer o fato de o meteorito encontrar-se hoje no Brasil, pois, de outra forma, teria ido parar em Portugal ou teria sido totalmente fundido em busca de metais preciosos. 

A notícia correu o mundo e a misteriosa “pedra” foi visitada por alguns cientistas, e em 1810 um deles comprovou que se tratava de um meteorito.

Outros visitantes ilustres foram a dupla de naturalistas alemães, Spix e Martius, que foram conhecer o meteorito em companhia de seu descobridor Domingos da Motta Botelho, já um homem naquela época. Encontraram o meteorito no mesmo ponto deixado, e ainda sobre a carroça em que tombou. Com muita dificuldade, e depois de atearem fogo à “pedra” por 24 horas, conseguiram retirar alguns fragmentos do meteorito, os quais foram levados para a Europa, o maior deles foi doado ao Museu de Munique.

Como na estória da Bela Adormecida, o meteorito permaneceu no leito do rio por cerca de 100 anos, quando em 1886 D. Pedro II tomou conhecimento do fato pela Academia de Ciências de Paris, durante uma visita à França, e prontificou-se a providenciar o transporte da tão importante peça para o Rio de Janeiro, assim que retornasse ao Brasil.

No dia 7 de setembro de 1887, quando era comemorado o aniversário da Independência, iniciou-se o trabalho de remoção do meteorito, com uma solenidade cívica às margens do riacho Bendegó. Mandou-se construir uma carreta que, engenhosamente, poderia andar sobre trilhos, ou sobre rodas, dependendo das condições encontradas no trajeto.

O meteorito chegou a ficar em exposição em Salvador durante 5 dias e continuou sua viagem num vapor. Só chegou no Rio de Janeiro no dia 15 de junho do ano seguinte, sendo recebido pela Princesa Isabel  e entregue ao Arsenal de Marinha da Corte, onde foi estudado. Concluído o trabalho, o meteorito foi transportado em 1888 para o Museu Nacional, nessa época situado no Campo de Sant’Anna.

O Bendegó pouco oxidou passados duzentos anos de sua descoberta e, a julgar pela camada de 435 cm de oxidação sobre a qual repousava, e a parte perdida de sua porção inferior, é de se esperar que apresente uma idade terrestre bem avançada, ou seja: caiu naquela região há milhares de anos atrás.


 

Fonte: meteoritos.com.br

Adaptado por: Dayana Seschini

Revisão: Marcio Malacarne